Foto 1 - SES - programa melhor em casaGestores de saúde de 90 municípios do Maranhão com população entre 20 mil e 40 mil habitantes reuniram-se na manhã desta segunda-feira (18), no auditório do CEMESP, para discutirem a implantação do programa “Melhor em Casa”, incentivado pelo Ministério da Saúde (MS). A intenção é fomentar junto aos municípios a adesão ao programa que já conta com experiências exitosas no estado.

O programa lançado em 2011 pelo Governo Federal constitui uma nova modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou complementar às já existentes, oferecida em âmbito domiciliar e caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada às Redes de Atenção à Saúde.

Figurando como um dos componentes da Rede de Atenção às Urgências e Emergências, como “porta de saída”, a partir da instituição de equipes multidisciplinares para atendimento em domicílio, o programa pretende possibilitar melhor gestão do número de leitos disponíveis dentro do sistema de atenção, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo a superlotação nesses serviços, bem como reduzir riscos a saúde do paciente, como o de contrair infecções em ambientes hospitalares.

A técnica do Ministério da Saúde responsável por apresentar aos participantes o programa e suas exigências, Kátia Motta, explicou que o serviço é na verdade uma forma “coletiva, eficiente e eficaz” de se inserir na dinâmica do cuidado um artifício utilizado pela população brasileira contida nos anais históricos da saúde no país.

“Desde o início, o cuidado e tratamento em casa e a cultura de um médico da família existiu ao longo do tempo. O “Melhor em Casa se apropria de uma dinâmica de cuidado e confiança a partir não só dos agentes propiciadores deste cuidado, mas de vários fatores como a rotina e dinâmica familiar, a contextualização do cenário domiciliar como área de conforto entre outros fatores benéficos transferidos a recuperação e atenção continua aos pacientes”, disse ela.

Para aderir ao programa e receber aportes financeiros para implantar e desenvolver o programa o município deve enquadrar-se em alguns aspectos básicos necessários. Entre estes, ter o número de habitantes que definirá o tipo de atenção domiciliar a ser desenvolvido dividido em AD1, AD2 OU AD3, definidas respectivamente a partir da caracterização e tipo de atenção e dos procedimentos utilizados para a realização do cuidado.

Segundo Silvia Leite, gestora de Regulação, Controle e Avaliação da SES, a outra exigência primordial está ligada a questão do suporte prestado a este paciente pelas equipes moveis de urgência e emergência existente no município, seja SAMU qualquer outro tipo instituído pelo gestor municipal.

“Para receber o tratamento e cuidados em casa, este paciente triado pelas equipes do programa e que atende a um perfil tanto de natureza de agravo quanto social, precisa deste suporte que permitirá uma possível remoção de urgência ou emergência para uma unidade de referência que possa acolhê-lo imediatamente”, explica.

Ainda segundo a gestora, no estado, duas experiências já consolidadas do programa nos Municípios de São José de Ribamar e de Paço do Lumiar, se tornaram referencia para outras cidades. Tanto que durante o evento foram apresentados dados que comprovam que o programa pode ser perfeitamente desenvolvido e reverter situações adversas encontradas na assistência dentro das unidades de internação com resultados altamente satisfatórios no que diz respeito à qualidade do serviço.

Ela explica, também, que o programa pode ser perfeitamente aplicado a municípios que desejarem disponibilizar este tipo de serviço em forma de parceria do atendimento em casos de áreas limítrofes para ambos. “O programa permite este atendimento compartilhado pelos municípios, desde que atendam individualmente as exigências do programa”, conclui.